julho 14, 2010

Fantasia em volta de um cálice de Vinho do Porto


 
Ainda o copo poisava o seu rosto
no meu desejo, e já o tempo
imprimia a embriaguez nas
paredes cruas,

Acendo a vela que vela o corpo
e bailam comigo deuses,
raposas,
lobos selvagens em desafio,

Registo o tempo silencioso
Adormeço o corpo nos olhos
e grito todo o meu anseio

Aconteço assim, neste tom sem dom
neste resto sem nexo,
Provo vermelho, quente, híbrido,
honra, luxo,

Para sempre existo neste beber.

Bebo Porto, bebo corpo, bebo rosto,
memória do teu sabor, no meu
sem saber Ser.


(Atelier de Escrita com Prof. Mário Cláudio/2008)