deserto de mim
Veste-se a noite de tempo... um tempo imenso e cortante.
Deserto de mim, onde não encontro o teu corpo que me abrigue
sou a espera e o desespero
abro a capa do tempo
e finjo a paciência infinita dos que são sábios
(nem sempre o que sinto é bom)
(nem sempre é bonito)
querer-te em mim a matar-me a sede
a atravessar este deserto em que habito sem ti
querer o corpo abandonado no meu peito
querer o agora, tão aqui
que amanhã não exista mais.
J.
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